quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A quaresma de São Miguel Arcanjo

   

   A Quaresma de São Miguel surgiu ainda na Idade Média, por inspiração de São Francisco de Assis, que, achando muito longa a distância entre o Advento e a Quaresma, os dois períodos litúrgicos tradicionalmente dedicados à penitência e ao jejum, decidiu praticar um novo tempo de mortificações em honra ao príncipe da milícia celeste, São Miguel Arcanjo, de quem era devoto. Desde então, essa nova quaresma tornou-se muito popular, embora não esteja prevista no calendário litúrgico da Igreja. Tem início no dia 15 de agosto, Festa da Assunção de Nossa Senhora, e termina no dia 29 de setembro, festa de São Miguel Arcanjo, completando, assim, um ciclo de 40 dias de penitência, sem contar os domingos.
   Infelizmente, algumas pessoas vivem a Quaresma de São Miguel como uma superstição; acham que o simples fato de acender uma vela para São Miguel é o suficiente para converter, por exemplo, a alma de seus familiares. Essas pessoas se esquecem da liberdade humana e que Deus jamais irá intervir no coração de alguém sem que esse mesmo alguém permita. Na verdade, a infalibilidade da Quaresma de São Miguel depende da disposição interior da pessoa que a está rezando, já que essa pessoa é a primeira que deve receber as graças dessa devoção.
   O segredo da Quaresma de S. Miguel é, por conseguinte, a humildade; não é à toa que ela se inicia com a assunção de Nossa Senhora e se encerra com a festa de S. Miguel, as duas criaturas que, na ordem da graça, deram um grande testemunho de humildade diante de Deus. De um lado, temos a Virgem Maria, cujo coração, obviamente, só não foi mais humilde que o de Nosso Senhor Jesus Cristo, e do outro, o anjo que, mesmo não sendo o maior do coro angélico, derrotou Lúcifer, dizendo: Mîkhā'ēl, que quer dizer “Quem como Deus?”
   Maria Santíssima e São Miguel mostram que o caminho da perfeição deve ser trilhado pela via da humildade, de modo que o homem precisa abaixar sua cabeça diante da vontade de Deus, aceitando os próprios limites, a fim de não se tornar “um povo de dura cerviz”, como narra a Escritura. Ambos venceram o dragão pelo sangue do Cordeiro porque se dispuseram a cumprir tudo o que Ele lhes dissera. Do mesmo modo, nós precisamos recorrer ao auxílio divino, à intercessão dos anjos, de Nossa Senhora e do sangue do Cordeiro, caso queiramos vencer a batalha contra o diabo. Nesse sentido, uma ótima sugestão para o tempo da Quaresma de São Miguel é a oração “Augusta Rainha do Céus”, revelada pela Virgem Maria ao Bem-Aventurado Padre Luís-Eduardo Cestac. Afinal, a Quaresma de São Miguel deve ser para nós uma ocasião em que vivamos mais intensamente nosso relacionamento com os anjos da guarda, na luta incansável pela santidade.

Para acessar as orações da quaresma clique aqui.

Levemente adaptado do site padrepauloricardo.org
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