quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Uma Igreja Nova


FRANCISCO, você não vê como a minha casa está caindo em ruínas?             

Conserte-a para mim! 

   Uma igrejinha está abandonada. Ninguém mais a frequenta. As pedras estão caindo. Na parede está pintado um crucifixo. Francisco se dirige para ele. Fica em contemplação. Desligado de tudo e de todos, ouve interiormente uma voz que lhe diz: "Francisco, você não vê como a minha casa está em ruínas? Conserte-a para mim!"
   Francisco começa a reformar a igrejinha da São Damião, e mais tarde a igrejinha de Santa Maria da Porciúncula.
   Somente mais tarde Francisco percebe que a Igreja em ruínas não era tanto a igreja de pedras, mas a igreja feita de pessoas, a Igreja composta de gente. Gente que vivia em desunião. A Igreja que estava em ruínas era a Igreja aburguesada e luxenta dos chefes da Igreja. Era a Igreja popular que vivia em constantes brigas entre si. Eram movimentos religiosos que surgiam para criticar e combater a situação da Igreja.

   Francisco não critica ninguém. Francisco não se revolta com uma situação existente. Francisco constrói, faz, realiza, coloca suas mãos a serviço. Luta pela unidade e paz. Prega a conversão.

   Hoje como em todas as épocas, a Igreja está em crise.

   Sempre está em crise. É sinal de vida. E a juventude atual, grande parte, em vez de fazer como Francisco, que colocou suas mãos na edificação da Igreja, prefere arrasá-la, destruí-la.

   São muitos os que hoje em dia descreem da Igreja:
      os que esperam que ela acabe
      os que a vêem como uma alienada
      os que a atacam sem conhecê-la
      os que tentam destruí-la.

   E não percebem que é de si mesmo que descreem
      que é de si mesmos que se alienam
      que é a si mesmos que se atacam
      que é a si mesmos que se destroem
      que é a si mesmos que se acabam.

   Francisco vê uma Igreja em ruínas, uma Igreja caindo.
      Não critica
      Não destrói
      Não fala
      Não reúne pessoas para refletir sobre a situação
      Não faz campanhas para identificar a realidade existente.

   Francisco, sabendo que ele, também, era Igreja,
      cala
      constrói
      começa com sua vida em silêncio
      muda sua vida e sua maneira de ser.

   Francisco é uma Igreja nova. A mesma Igreja de Cristo e dos apóstolos. A mesma Igreja do Papa e do povo cristão. Mas uma Igreja nova e renovada. Uma Igreja viva e atuante de paz, de unidade, uma Igreja sinal do reino do céu.
   Com Francisco a Igreja se tornou nova. Hoje ele continua sendo um apelo. Quem o seguirá?

Retirado de: O Francisco que está em você, por Wilson João. Edições Paulinas, 12° Edição
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