FRANCISCO, você não vê como a minha casa está caindo em ruínas?
Conserte-a para mim!
Uma igrejinha está abandonada. Ninguém mais a frequenta. As pedras estão caindo. Na parede está pintado um crucifixo. Francisco se dirige para ele. Fica em contemplação. Desligado de tudo e de todos, ouve interiormente uma voz que lhe diz: "Francisco, você não vê como a minha casa está em ruínas? Conserte-a para mim!"
Francisco começa a reformar a igrejinha da São Damião, e mais tarde a igrejinha de Santa Maria da Porciúncula.
Somente mais tarde Francisco percebe que a Igreja em ruínas não era tanto a igreja de pedras, mas a igreja feita de pessoas, a Igreja composta de gente. Gente que vivia em desunião. A Igreja que estava em ruínas era a Igreja aburguesada e luxenta dos chefes da Igreja. Era a Igreja popular que vivia em constantes brigas entre si. Eram movimentos religiosos que surgiam para criticar e combater a situação da Igreja.
Francisco não critica ninguém. Francisco não se revolta com uma situação existente. Francisco constrói, faz, realiza, coloca suas mãos a serviço. Luta pela unidade e paz. Prega a conversão.
Hoje como em todas as épocas, a Igreja está em crise.
Sempre está em crise. É sinal de vida. E a juventude atual, grande parte, em vez de fazer como Francisco, que colocou suas mãos na edificação da Igreja, prefere arrasá-la, destruí-la.
São muitos os que hoje em dia descreem da Igreja:
os que esperam que ela acabe
os que a vêem como uma alienada
os que a atacam sem conhecê-la
os que tentam destruí-la.
E não percebem que é de si mesmo que descreem
que é de si mesmos que se alienam
que é a si mesmos que se atacam
que é a si mesmos que se destroem
que é a si mesmos que se acabam.
Francisco vê uma Igreja em ruínas, uma Igreja caindo.
Não critica
Não destrói
Não fala
Não reúne pessoas para refletir sobre a situação
Não faz campanhas para identificar a realidade existente.
Francisco, sabendo que ele, também, era Igreja,
cala
constrói
começa com sua vida em silêncio
muda sua vida e sua maneira de ser.
Francisco é uma Igreja nova. A mesma Igreja de Cristo e dos apóstolos. A mesma Igreja do Papa e do povo cristão. Mas uma Igreja nova e renovada. Uma Igreja viva e atuante de paz, de unidade, uma Igreja sinal do reino do céu.
Com Francisco a Igreja se tornou nova. Hoje ele continua sendo um apelo. Quem o seguirá?Retirado de: O Francisco que está em você, por Wilson João. Edições Paulinas, 12° Edição
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